aquário

terça-feira, 14 de outubro de 2025

Pacificadores

“O Mediador da Paz” (por Emanuel Bruno Andrade) Só aquele que aprendeu a escutar o silêncio dentro de si sabe o valor da calma diante da tempestade. Há quem pareça tranquilo por natureza, mas a verdadeira serenidade não nasce da ausência de conflitos — ela floresce do domínio das próprias reações. Ser sábio é saber conter a palavra quando o impulso grita para ferir. É compreender que uma briga, por mais justa que pareça, nunca leva nenhum dos lados à luz. Aquele que leva a paz onde há discórdia é mais do que um simples conciliador — é um semeador do Espírito. É aquele que ergue pontes entre o que o orgulho separou, aquele que restaura a harmonia onde antes havia ruído e ferida. Ser mediador é entender o coração humano, as suas dores, as suas defesas, as suas fraquezas. É reconhecer, em si mesmo, as mesmas sombras que vê nos outros, e ainda assim escolher a claridade. A sabedoria não está em vencer uma discussão, mas em compreender o porquê dela existir. E aquele que se controla, que reflete antes de reagir, esse é o verdadeiro mestre da convivência. Eu sou — como tantos — um aprendiz dessa arte. Aprendo a cada instante que a sociedade não é um peso, mas um espelho; e que viver em paz com ela é viver em paz comigo mesmo. Emanuel Andrade: “Fazer Brilhar a Luz” ( Crueldade, fúria no trânsito, indignação e ataques nas redes sociais — vivemos tempos em que o conflito parece regra, e a tensão se tornou linguagem. Ambas as gerações — jovens e adultos — enfrentam as sombras dessa cultura de confronto. Mas, felizmente, há refúgios de luz, momentos de elevação em meio à montanha espiritual: no seminário, nas conferências de jovens, nos encontros sinceros de fé e serviço. Ali, nossos rapazes e moças ouvem novamente a voz do Senhor, a mesma que ecoa desde o princípio: “Fazei brilhar a vossa luz diante de todos.” Recebem o convite para buscar a justiça, mesmo quando o caminho é perigoso, e para amar os inimigos, quando o mundo grita pelo ódio. São chamados a ser luz — não uma luz que se impõe, mas uma luz que guia. Uma luz que consola, que revela o bem no meio da pressa, e que recorda a todos nós que a verdadeira vitória é a paz interior. “A Calma que Cura” (por Emanuel Bruno Andrade) Ficar calmo, tranquilo, e não reagir de forma impensada — não é fácil, não é natural. Porque a vontade, muitas vezes, é gritar, é responder, é agir no impulso. Mas será possível manter a serenidade? Sim — quando deixamos que o espírito fale mais alto. Porque, com tranquilidade, as coisas tendem a encontrar o seu lugar, mesmo quando o mundo parece em desordem. Há situações que exigem Ponderar... “Os Dias do Silêncio e da Força” (por Emanuel Bruno Andrade) Por exemplo — ontem — como costumo fazer no meu diácio, mantive o ritmo da alma, três dias por semana: terça, quinta e sábado — dias consagrados ao silêncio interior. São momentos em que me recolho, em que o corpo se cala para que o espírito possa falar. Jejuo não apenas de alimento, mas de ruído, de pressa e de pensamento disperso. É nesses dias que volto a ouvir a voz serena de Deus dentro de mim, aquela que o mundo tenta calar com a distração e com o medo. Essas pequenas pausas — esses intervalos de fé — têm sido a minha fortaleza. Ali renovo as forças, reaprendo a paciência, e volto ao caminho com o coração limpo. Porque é no simples hábito de parar três vezes por semana que encontro a eternidade escondida em cada instante da vida.

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

A Revolta Silenciosa:

Um Grito de Indignação por Portugal e pela Europa Acordamos todos os dias sob o peso de uma normalidade insuportável. Em Portugal, a terra que nos pintam de brandos costumes e de sol ameno, a realidade é uma bofetada de luva branca. Uma em cada cinco pessoas vive no limiar da pobreza ou da exclusão social. Olhem à vossa volta. Nos prédios espelhados dos centros urbanos, nas esplanadas repletas de turistas, esconde-se a vergonha de um país que condena os seus a uma vida de precariedade. As nossas cidades, outrora lares, são agora montras para investidores estrangeiros. O preço das casas aumentou 124,4% desde 2015, uma escalada vertiginosa que nos expulsa das nossas próprias comunidades. Jovens, velhos, famílias inteiras são empurrados para as margens, para uma vida de incerteza em quartos sobrelotados ou em casas que não conseguem aquecer. Enquanto isso, o governo anuncia com pompa e circunstância um crescimento económico que não chega à mesa de quem trabalha. E quando a saúde nos falha, o que nos resta? O nosso Serviço Nacional de Saúde, outrora um pilar da nossa democracia, agoniza. Em 2023, o número de utentes sem médico de família atribuído aumentou para 1,7 milhões. As listas de espera arrastam-se, as urgências colapsam e quem pode paga o que não tem por um vislumbre de cuidado no setor privado. Esta não é a herança de Abril que nos prometeram. A corrupção, esse cancro que corrói as fundações da nossa sociedade, continua a grassar. Nomes sonantes de banqueiros e políticos desfilam pelos tribunais em processos que se arrastam por anos a fio, enquanto a justiça para o cidadão comum é célere a executar penhoras e despejos. A impunidade dos poderosos é um insulto a quem cumpre as suas obrigações e luta por um futuro digno. E que não nos digam que somos um caso isolado. A Europa, o nosso farol de esperança, está a vacilar. O aumento do custo de vida é uma epidemia que se alastra de Atenas a Dublin, de Lisboa a Varsóvia. A crise da habitação não é uma exclusividade portuguesa; é uma realidade brutal para milhões de europeus. Ao mesmo tempo, assistimos, atónitos, à ascensão do discurso do ódio. A extrema-direita, com as suas soluções fáceis e os seus bodes expiatórios de serviço, ganha terreno em parlamentos por todo o continente. Alimentam-se do descontentamento, da frustração de quem se sente abandonado pelas elites políticas e económicas. E a resposta da Europa? Uma crise de democracia, um recuo nos direitos e liberdades fundamentais, uma aposta em políticas de imigração que criminalizam a busca por uma vida melhor. Em Portugal, o governo acena com uma "imigração regulada e humanista", mas o que vemos nas ruas é a exploração de seres humanos em trabalhos precários, a viver em condições desumanas. A vulnerabilidade da população estrangeira, como cinicamente a apelidam os relatórios, é a outra face da nossa própria pobreza e desigualdade. Basta de silêncio. Basta de aceitação passiva. A indignação que sentimos não é um fogo-fátuo; é a chama da justiça que teima em não se apagar. Exigimos o direito a uma habitação digna, a um serviço de saúde que nos cuide, a uma justiça que seja igual para todos. Exigimos um futuro onde os nossos filhos não sejam forçados a emigrar para encontrar a dignidade que a sua própria pátria lhes nega. Que a nossa indignação se transforme em ação. Que as ruas se encham com a nossa voz. Que o medo dê lugar à coragem. Porque a história não é escrita pelos que se resignam, mas pelos que se levantam. E nós, cidadãos de Portugal e da Europa, recusamo-nos a ficar de joelhos.

domingo, 5 de outubro de 2025

O TRAJETO DA VOLTA – A GLÓRIA DO EMANUEL

Autor: Emanuel Bruno Andrade Título: O Trajeto da Volta – A Glória do Emanuel Técnica: Óleo sobre tela Dimensões: 100 × 70 cm Ano: 2025 --- Descrição e Interpretação Espiritual Nesta pintura, Emanuel Bruno Andrade representa, em forma de luz e cor, o mistério supremo da Segunda Vinda de Jesus Cristo, o Messias, o Glorioso Emanuel que retorna ao Pai Celestial. A tela é atravessada por vibrações de azul, ouro e branco — tons que evocam o Espírito, a eternidade e a pureza celestial. Os gestos da pincelada parecem sopros de vento divino, guiando o olhar do observador por um caminho ascensional, um trajeto de volta, onde o humano se encontra novamente com o divino. O centro luminoso da composição sugere a presença viva do Salvador, irradiando glória, reconciliação e promessa. Não há contorno que o limite, pois Cristo, em sua glória, transcende forma e tempo. Ele é a própria luz que vence as trevas, o eixo entre o céu e a terra, o ponto onde a criação se curva diante do Criador. A obra convida o observador a meditar sobre a jornada espiritual da humanidade — a travessia da mortalidade, a purificação pela fé, o arrependimento e, enfim, o regresso ao lar celestial. É o retrato simbólico da promessa cumprida: “Emanuel, Deus conosco, voltará em poder e glória para reunir os Seus.” --- Palavras do Artista > “Pintei esta obra como quem ora. Cada camada de cor é um pedido de reconciliação entre o homem e o céu. O Emanuel que retorna é o mesmo que habita em nós — e o trajeto da volta é o despertar da alma à sua origem divina. Assim, o quadro é uma prece em forma de luz, um convite à esperança e ao reencontro com o Pai Celestial.” Emanuel Bruno Andrade -